segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Agenda Paroquial - Lê e toma nota

XXVIII DOMINGO DO TEMPO COMUM/ 11 DE OUTUBRO 􀀽 Missa na Igreja Matriz de Couto de Esteves às 9h /Catequese 􀀽Celebração da Palavra na Igreja Matriz de Paradela às 10:15h; 􀀽Missa Festiva na Capela do Barreiro, N. Srª da Paz, às 11:00h., seguida de Procissão. 􀀽 Celebração da Palavra na Igreja Matriz de Pessegueiro do Vouga às 11:30h; SEGUNDA-FEIRA/ 12 DE OUTUBRO *Reunião com o Conselho Económico Paroquial, na Residência de Pessegueiro, às 21h TERÇA-FEIRA/ 13 DE OUTUBRO 􀀽Missa na Igreja Matriz de Pessegueiro do Vouga às 8h. * Reunião Arciprestal, em Sever do Vouga, às 10h. QUARTA-FEIRA/ 14 DE OUTUBRO 􀀽Missa na Igreja Matriz de Paradela às 20h; * Reunião com os Pais e Catequistas de todos os anos de Catequese, na Igreja Matriz de Paradela às 20:30h; QUINTA-FEIRA/ 15 DE OUTUBRO 􀀽 Missa na Igreja Matriz de Couto de Esteves às 20:00h. SEXTA-FEIRA/ 16 DE OUTUBRO 􀀽 Missa na Igreja Matriz de Pessegueiro do Vouga às 8h SÁBADO/ 17 DE OUTUBRO. 􀀽 Missa na Igreja Matriz de Pessegueiro do Vouga às 18h 􀀽 Missa na Igreja Matriz de Couto de Esteves às 19:30h * Reunião de Preparação da Equipa Coordenadora de CPM, na Residência de Pessegueiro, às 21h XXIX DOMINGO DO TEMPO COMUM/ 18 DE OUTUBRO - DIA MULDIAL DAS MISSÕES - 􀀽 Missa na Igreja Matriz de Couto de Esteves às 9h, seguido de Catequese 􀀽Missa na Igreja Matriz de Paradela às 10:15h 􀀽 Missa na Igreja Matriz de Pessegueiro do Vouga às 10:30h - 25º Aniversário da APCDI

Mensagem Semanal

As dobras da vida 28.º Domingo do Tempo Comum (Ano B) 1.ª Leitura: Sabedoria 7, 7-11 2.ª Leitura: Carta aos Hebreus 4, 12-13 Evangelho: Marcos 10, 17-30
Valerá a pena ser honesto nos tempos que correm? Valerá a pena preferir a sabedoria ao oportunismo? Há coisa de vinte anos, uma conceituada revista internacional estudava o impacto das aulas de moral em países dos cinco continentes, entre alguns dos mais e menos desenvolvidos. E o resultado foi revelador: eram as mais preferidas – mas também as mais inúteis para “vencer na vida”! Pois quantos é que conseguem chegar ao topo, sem mentir, sem adular, sem roubar, sem fazer-se falso amigo, sem espezinhar os outros? O próprio bem comum passou a ser um rótulo vazio, sentido como limitador do nosso projecto pessoal. Demasiadas vezes, até, aqueles que hasteiam a bandeira do bem comum pretendem sobretudo enrolar quem ainda se deixa levar por sentimentos ou ideias sãs, ficando eles confortavelmente instalados nos seus postos de privilégio. Será que a Sabedoria vale muito, mas não serve para nada? Cerca de um século antes de Jesus Cristo, um autor erudito e inspirado, bom conhecedor das culturas judaica e grega, lutou corajosamente contra esta inversão endémica de valores, ao longo da aventurosa história da espécie humana. Em termos bem incisivos, proclama como a Sabedoria só habita em quem a deseja sinceramente; e que as honras e riquezas não a podem comprar (embora os espertalhões a finjam possuir) e que nada valem sem ela. Nem a saúde nem a beleza se lhe comparam: enquanto o esplendor do corpo humano se vai desfazendo, a sabedoria brilha cada vez mais, e até embeleza e transforma as rugas, a dor e a própria morte. Quem procura a Sabedoria acima de todas as coisas descobre os tesouros e a alegria que se escondem nas “dobras da vida”. Na 2.ª leitura, vemos que receber a palavra de Deus é receber a sabedoria. Mas nada recebemos se não nos preparamos para discernir o modo de pôr a vida a render 100%, qualquer que seja a duração e as condições da vida de cada qual – não é o que dizem as parábolas dos «talentos», dos «trabalhadores da vinha» e do «semeador»? Se não desenvolvermos o espírito crítico, acabamos por nos deixar levar como garrafões de plástico vazios ao sabor das ondas da publicidade assente no comodismo e na curteza de vistas. Budistas, cristãos, muçulmanos... e até ateus – quantos destes deram ao mundo o testemunho de abandonar o brilho do oiro e da beleza, naturalmente cativantes embora perecíveis, para mais livremente seguirem a sabedoria? O jovem rico do evangelho, reconhecidamente cidadão exemplar e atento à palavra de Deus, pôs o problema desta escolha a Jesus Cristo. Queria ter a certeza da melhor estratégia de investimento da vida de todos os dias para alcançar o prazer garantido de viver. Faltaria alguma coisa? Não, não faltava. Na opinião de Jesus, até tinha a vida muito bem orientada. Mas ele parecia querer o risco de novos investimentos. Então, Jesus lançou-lhe o isco: porque não entrar numa «joint venture» com o Mestre? Ora a palavra de Deus penetra como uma espada de dois gumes e é capaz de distinguir as intenções e os pensamentos do coração (Sabedoria, 18, 15; Isaías, 11, 2-4). Temos que ser honestos para com Deus, para com os outros e para connosco, não dizendo que queremos o que não podemos ou não estando para modificar a nossa vida (Lucas, 14, 28-33). A sabedoria não é pertença nem de ricos nem de pobres, mas de quem a aprecia acima dos muitos ou poucos bens terrenos que possui. O jovem rico preservava a sabedoria acima de tudo − de outro modo Jesus não lhe teria reconhecido a honestidade e boa vontade. Mas a estratégia proposta por Jesus era-lhe demasiado estranha ao sentir e ao pensar. Na catequese tradicional, interpretava-se frequentemente este episódio «do jovem rico» como uma condenação da riqueza, ao mesmo tempo que se exaltava o entusiasmo de Pedro que, logo a seguir, exclama para o Mestre: – Mas nós não somos assim! Nós até deixámos tudo para te seguir de perto! (Não se podiam comparar os apetrechos piscatórios de Pedro & companhia com os bens do jovem rico, mas o sacrifício não se mede assim – custa sempre muito deixar tudo o que temos!). Ora Jesus sublinha apenas que a riqueza material desse jovem o fez desanimar de embarcar numa vida plenamente dedicada ao maior bem de toda a gente. Não condenou a riqueza (não era Jesus sustentado pela riqueza dos seus amigos − homens e mulheres?) mas apontou como uma pessoa rica enfrenta grandes dificuldades para ser plenamente honesta. Como também é particularmente difícil a um político ou a quem quer que detenha grande poder. Todos estes facilmente embarcam numa dura lógica de eficácia do aumento desse poder ou dessa riqueza. (Queira Deus – e queiramos nós – que não se possa aplicar esta crítica a quem se diz e apresenta com o estatuto de seguidor de Jesus…). O problema é que não bastam os bons propósitos. Já os profetas do Antigo Testamento denunciavam a «tristeza» de Deus, porque aqueles que se diziam «o seu povo», honravam-no com palavras bonitas, mas guardavam o coração bem longe… (Isaías 29,13; 1,14-17); e chegavam a apregoar aos quatro ventos que eram bons (Mateus 7,21-23; Lucas 16,14-15; 18,9-14). Jesus Cristo não se deixava enganar por certas orações devotas… Na continuação do texto da 1.ª leitura, o autor elogia quem sabe tirar partido dos prazeres da vida: é à Sabedoria que se deve a procura persistente de tudo o que nos pode fazer sentir bem. É a Sabedoria que desperta e robustece a arte de encontrar em todas as vidas o sabor de viver. É a Sabedoria que ensina a encontrar o bem próprio sem descuidar o bem dos outros. Se ninguém fosse capaz de remar contra as marés poluentes da humanidade, já o nosso mundo seria muito pior do que nós dizemos que é. Sempre que damos testemunho de nos preocuparmos com a justiça, apesar daqueles que se sentem mal e atacam o nosso esforço, a Sabedoria ensina-nos, como diz o evangelho, a encontrar a felicidade e o sabor da Vida já nas dobras da vida…
Manuel Alte da Veiga Copyright © Correio do Vouga