quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Vale a pena pensar!!!

"O oposto do amor não é o ódio. É a indiferença." Érico Veríssimo

A Palavra de Deus é o nosso alimento...

XXIV Domingo do tempo comum

13 de setembro de 2009

LEITURA I Is 50, 5-9a

«Apresentei as costas àqueles que me batiam»

Leitura do Livro de Isaías

O Senhor Deus abriu-me os ouvidos e eu não resisti nem recuei um passo. Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam. Mas o Senhor Deus veio em meu auxílio e por isso não fiquei envergonhado; tornei o meu rosto duro como pedra, e sei que não ficarei desiludido. O meu advogado está perto de mim. Pretende alguém instaurar-me um processo? Compareçamos juntos. Quem é o meu adversário? Que se apresente! O Senhor Deus vem em meu auxílio. Quem ousará condenar-me?

Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL Salmo 114 (116), 1-2.3-4.5-6.8-9 (R. 9)

Refrão: Andarei na presença do Senhor sobre a terra dos vivos. Ou: Caminharei na terra dos vivos na presença do Senhor. Ou: Aleluia. Amo o Senhor, porque ouviu a voz da minha súplica. Ele me atendeu no dia em que O invoquei.

Apertaram-me os laços da morte, caíram sobre mim as angústias do além, vi-me na aflição e na dor. Então invoquei o Senhor: «Senhor, salvai a minha alma». Justo e compassivo é o Senhor, o nosso Deus é misericordioso. O Senhor guarda os simples: estava sem forças e o Senhor salvou-me. Livrou da morte a minha alma, das lágrimas os meus olhos, da queda os meus pés. Andarei na presença do Senhor, sobre a terra dos vivos.

LEITURA II Tg 2, 14-18

«A fé sem obras está morta»

Leitura da Epístola de São Tiago

Meus irmãos: De que serve a alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Poderá essa fé obter-lhe a salvação? Se um irmão ou uma irmã não tiverem que vestir e lhes faltar o alimento de cada dia, e um de vós lhe disser: «Ide em paz. Aquecei-vos bem e saciai-vos», sem lhes dar o necessário para o corpo, de que lhes servem as vossas palavras? Assim também a fé sem obras está completamente morta. Mas dirá alguém: «Tu tens a fé e eu tenho as obras». Mostra-me a tua fé sem obras, que eu, pelas obras, te mostrarei a minha fé.

Palavra do Senhor.

EVANGELHO Mc 8, 27-35

«Tu és o Messias... O Filho do homem tem de sofrer muito»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos

Naquele tempo, Jesus partiu com os seus discípulos para as povoações de Cesareia de Filipe. No caminho, fez-lhes esta pergunta: «Quem dizem os homens que Eu sou?» Eles responderam: «Uns dizem João Baptista; outros, Elias; e outros, um dos profetas». Jesus então perguntou-lhes: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» Pedro tomou a palavra e respondeu: «Tu és o Messias». Ordenou-lhes então severamente que não falassem d’Ele a ninguém. Depois, começou a ensinar-lhes que o Filho do homem tinha de sofrer muito, de ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas; de ser morto e ressuscitar três dias depois. E Jesus dizia-lhes claramente estas coisas. Então, Pedro tomou-O à parte e começou a contestá-l’O. Mas Jesus, voltando-Se e olhando para os discípulos, repreendeu Pedro, dizendo: «Vai-te, Satanás, porque não compreendes as coisas de Deus, mas só as dos homens». E, chamando a multidão com os seus discípulos, disse-lhes: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-Me. Na verdade, quem quiser salvar a sua vida perdê-la-á; mas quem perder a vida, por causa de Mim e do Evangelho, salvá-la-á».

Palavra da salvação.

Mensagem Semanal

A resposta que vale mais do que um milhão de euros
XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM Leituras: Is 50, 5-9; Sl 114 (116), 1-2.3-4.5-6.8-9; Tg 2, 14-18; Mc 8, 27-35 «Tu és o Messias» (Mc 8,29). Os americanos têm a “one million dollar question”, a pergunta que vale um milhão de dólares. A expressão tem origem nos concursos televisivos, mas é usada em muitos outros contextos. Os bons entrevistadores têm sempre uma “one million question” para tramar ou fazer brilhar os entrevistados. Os professores usam-na nos exames para destrinçar os bons alunos dos excelentes. No fundo, qualquer pessoa que queira distinguir-se nas suas funções tem de arranjar uma “one million question” e dar-lhe uma resposta à altura. Jesus não tinha uma “one million question”. Tinha muitas: Quem está na face da moeda? Quem não tem pecados? Se um homem tem cem ovelhas e perde uma, não vai à procura dela? O que vale mais, o que entra no homem ou o que sai do seu coração? O que aproveita ao homem ganhar o mundo, se perde a alma?... Fazer boas perguntas é tão difícil como dar boas respostas. E, frequentemente, é o caminho mais apelativo para a descobrir a verdade ou provocar uma mudança de atitude. Jesus sabia fazer boas perguntas. Antes da “one million question”, no Evangelho deste domingo, Jesus fez uma outra que hoje poderia ser respondida com uma sondagem, um inquérito ou uma abordagem na rua, como este jornal costuma fazer: “Quem dizem os homens que é Jesus de Nazaré?” A pergunta é interessante, mas a resposta não mexe connosco. O que os outros dizem pode ser ou não o que eu penso. Hoje, um inquérito à população diria que Jesus é uma personagem da história, o fundador do cristianismo, um líder religioso. Para alguns, menos informados (porque já não é sensato duvidar da existência história de Jesus), será um mito; para outros, um filósofo, para muitos, “um amigo”, para alguns, o Salvador… A “one million question”, a que faz tremer o interlocutor, é aquela cuja resposta implica quem a dá: “E tu, o dizes que Eu sou?” Nenhuma pergunta questiona tanto cada um de nós e a própria humanidade em geral como esta. Se eu sei que ele diz que é “a Ressurreição e a Vida”, “o Caminho, a Verdade e da Vida”, “a Porta”, “o Pão da Vida”, “a Água viva”, e digo que ele é apenas uma personagem história, ou mesmo “um amigo”, das duas uma: ou não o levo a sério ou não me levo a mim a sério. Porque Ele é mais do que isso. Mas se dou a resposta certa e não me implico nela, o cheque do milhão vem com os números certos, mas é careca. É só fachada. Podemos imaginar que quando Jesus fez a pergunta «E vós, quem dizeis que Eu sou?» os apóstolos olham uns para os outros e a seguir para Pedro, para que este responda. Se ele é o líder dos apóstolos, a ele compete dar a resposta. E saiu-se bem, embora não compreendesse o alcance efectivo da resposta: a seguir, repreendeu Jesus. A pergunta, que no Evangelho serve de pretexto para anunciar a Paixão de Jesus, exige hoje e em cada época da história, uma resposta pessoal e intransmissível. Agora já ninguém pode dá-la pelo outro, embora possa ajudá-lo na busca da resposta. E não adianta muito copiar a resposta de Pedro. Temos, contudo, uma vantagem sobre o chefe dos apóstolos. Conhecemos o desfecho da história. Podemos evitar repreender o Mestre. Copyright © Correio do Vouga