sábado, 13 de março de 2010

Mensagem Semanal

Saltos radicais
Que a fé é um grande salto, ninguém o nega. Um salto para o escuro? Para o desconhecido? Até os místicos sentiram que a luz de Deus é para nós escura. Nem a pessoa mais amada é para mim cabalmente conhecida – é sempre necessário um acto de fé, o que faz do confiar em alguém uma aventura a dois. O «Deus desconhecido», porém, até soma «boas razões» para a gente se aventurar: Ele é o sentido e fundamento de toda a confiança e esperança, da decisão e da constância; para Ele não há morte e ninguém se perde. Ele é a fonte da riqueza infinitamente diversa da interioridade de cada qual – essa interioridade onde nascem as temerosas angústias, por isso tão difíceis de partilhar, e onde aparece a luz que não conseguimos exprimir. Neste jogo de noite e luz é que «o povo escolhido» atravessou o deserto e celebrou a primeira Páscoa na «terra prometida» (1.ª leitura). Um «salto» de 40 anos! O termo hebraico para «Páscoa» (“pesah”) é de etimologia incerta, mas o próprio livro do Êxodo o aproxima do verbo “pasah”, que significa «saltar» ou «passar por cima» (na noite em que Israel saiu do Egipto, o «anjo exterminador» saltou – poupou – as casas marcadas com o sangue do cordeiro). Foi sobretudo S. Agostinho quem privilegiou o sentido de «passar», sublinhando a semelhança entre a «passagem do Senhor» pelas casas egípcias, a «passagem do mar vermelho», a «passagem» da paixão e morte de Cristo para a ressurreição e a nossa «passagem» de tudo o que é morte para tudo o que é Vida. Com Josué, o povo eleito «saltou» para um novo estádio de amadurecimento: não mais será o povo infantil dependente do maná «caído do céu». Doravante, alimentar-se-á do fruto do seu trabalho.
Que a fé é um grande salto, ninguém o nega. Um salto para o escuro? Para o desconhecido? Até os místicos sentiram que a luz de Deus é para nós escura. Nem a pessoa mais amada é para mim cabalmente conhecida – é sempre necessário um acto de fé, o que faz do confiar em alguém uma aventura a dois. O «Deus desconhecido», porém, até soma «boas razões» para a gente se aventurar: Ele é o sentido e fundamento de toda a confiança e esperança, da decisão e da constância; para Ele não há morte e ninguém se perde. Ele é a fonte da riqueza infinitamente diversa da interioridade de cada qual – essa interioridade onde nascem as temerosas angústias, por isso tão difíceis de partilhar, e onde aparece a luz que não conseguimos exprimir. Neste jogo de noite e luz é que «o povo escolhido» atravessou o deserto e celebrou a primeira Páscoa na «terra prometida» (1.ª leitura). Um «salto» de 40 anos! O termo hebraico para «Páscoa» (“pesah”) é de etimologia incerta, mas o próprio livro do Êxodo o aproxima do verbo “pasah”, que significa «saltar» ou «passar por cima» (na noite em que Israel saiu do Egipto, o «anjo exterminador» saltou – poupou – as casas marcadas com o sangue do cordeiro). Foi sobretudo S. Agostinho quem privilegiou o sentido de «passar», sublinhando a semelhança entre a «passagem do Senhor» pelas casas egípcias, a «passagem do mar vermelho», a «passagem» da paixão e morte de Cristo para a ressurreição e a nossa «passagem» de tudo o que é morte para tudo o que é Vida. Com Josué, o povo eleito «saltou» para um novo estádio de amadurecimento: não mais será o povo infantil dependente do maná «caído do céu». Doravante, alimentar-se-á do fruto do seu trabalho.

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