sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Notas de Interesse...

"Fazem do dia de Todos os Santos dia dos Fiéis... Quando

devia ser ao contrário: fazer do dia de Fiéis Defuntos,

também, dia de Todos os Santos".

E chamava ele a atenção para tanto dinheiro gasto, nestes dias, nos cemitérios, sem qualquer sentido espiritual, quando muito desse dinheiro podia ser aplicado em obras meritórias, sobretudo para ajudar os mais necessitados (não é por acaso que decorre nestes dias o peditório da Liga Contra o Cancro), sublinhando que a esmola, essa sim, constitui um meio eficaz de sufrágio, porque sinal da caridade que a todos nos une, vivos e defuntos, e todos a Deus, que nos ama e perdoa. Infelizmente, os nossos cemitérios são transformados, por esta altura, em fogueiras de cera (?...) poluente e em «romaria» para «revista» às campas floridas, num local sagrado onde devia imperar a simplicidade, o simbolismo expressivo da fé, a espiritualidade de atitudes, o respeito, a oração de sufrágio e comunhão, a esperança alegre na vitória da Ressurreição. É por isso que a Igreja concede indulgências nos oito primeiros dias de Novembro a quem devotamente visitar os cemitérios e orar pelos defuntos, podendo as mesmas ser aplicadas pela purificação das almas, nesse estado post mortem que antecede a plenitude das alegrias celestes, e a que a Igreja chama Purgatório.

A Nova Evangelização, que o Santo Padre tanto tem desejado e recomenda, passa por um aprofundamento mais eficaz do Evangelho, da Boa Nova que é o próprio Cristo, de modo a que todas as actividades humanas sejam repassadas pelo Seu Espírito, tornando-se mais puras, mais sinceras, e despidas de tanto paganismo prático que ainda as caracteriza. Mesmo pessoas que se afirmam “religiosas”, muitas vezes não conseguem ultrapassar certos preconceitos, superstições e crendices sem consistência. Estamos no Mês da Almas. Contudo, mês das almas não é apenas o dia 1 ou o dia 2. Nem só o mês de Novembro. Todos os meses são «mês das almas», pois, se somos cristãos, a elas devemos estar permanentemente unidos - pela Comunicação (comunhão) dos Santos, que professamos no Credo; unidos pela Fé, pelas boas obras, pela esmola, pela oração - e a oração suprema é o Santo Sacrifício da Missa, memorial e actualização dos Sagrados Mistérios da Paixão e Morte do Senhor da Vida e da Sua Gloriosa Ressurreição. Sinto ainda a ressonância daquela citação de Santo Agostinho com que, num cemitério próximo, o sacerdote celebrante da Missa do meio-dia, em Dia de Fiéis Defuntos, terminava a sua maravilhosa homilia:

«Uma flor, pelos nossos mortos, murcha; uma lágrima, pelos nossos mortos, seca; a oração pelos nossos mortos, Deus recebe-a em Suas mãos!».

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